João da Câmara Leme: O Polemista (1862-1879)

Resumo

O presente artigo nasce da investigação levada a cabo no âmbito de um trabalho académico que versa sobre as polémicas de João da Câmara Leme Homem de Vasconcelos (Funchal, 22 de fevereiro de 1829 – 13 de fevereiro de 1902), um ilustre madeirense do século XIX, cujos ramos por onde se embrenhou, profissionalmente, têm sido pouco esmiuçados do ponto de vista científico. O decurso desta investigação levantou matéria historiográfica que merece uma reflexão sob a forma de um artigo, que pretende ser um pequeno contributo para a História Contemporânea da Madeira e, simultaneamente, lançar novas pistas de investigação.
Individualidades há a quem a passagem dos tempos se revela benevolente. Por vezes, acabando por criar uma memória maior do que a sua própria vida. Tal não aconteceu com João da Câmara Leme Homem de Vasconcelos, a quem foi atribuído, na época, os epítetos de “justo” e “sábio”. No entanto, passados quase 120 anos da sua morte, poucos são os que se recordam do seu nome e, mais injusto ainda, raros são os que conhecem a sua intervenção nos campos científico, industrial e, sobretudo, político, apesar de ter sido um cidadão extremamente dedicado à generalidade da vida pública madeirense da segunda metade do século XIX.
O estudo que se apresenta incide sobre cinco polémicas que João da Câmara Leme manteve, particularmente com jornalistas e colegas de profissão, entre as décadas de 60 e 70 de Oitocentos, e que versam sobre temas tão variados como a Educação, a Medicina e a Indústria. Com o objetivo de enquadrar tais polémicas, foi elaborada uma cronologia abreviada da vida de João da Câmara Leme, entre os anos de 1829 e 1879.

Palavras-chave

História Contemporânea; João da Câmara Leme; Polémicas; Escola Médico-Cirúrgica; Companhia de Açúcar Madeirense; Imprensa Periódica; Cabo Aéreo.