As Aulas Médico-Cirúrgicas no Hospital da Misericórdia do Funchal (1812-1836)
Resumo
A criação da Escola Médico-Cirúrgica do Funchal, em 1837, não constituiu uma novidade absoluta, não ocorreu num vazio de práticas de formação médico-cirúrgica e farmacêutica, nem num vazio de formalização docente. As duas Aulas Médico-Cirúrgicas normalmente referenciadas pela historiografia, a do Bispo Meneses e Ataíde e a do médico João Francisco de Oliveira, não são casos isolados e devem ser vistas num continuum cuja diacronia carece, todavia, de estudos. Apesar do grande desconhecimento acerca da formação de cirurgiões e boticários no Hospital da Misericórdia do Funchal durante o século XVIII e o conturbado contexto histórico das três primeiras décadas do século XIX, em Portugal continental como na Madeira, este artigo pretende dar uma visão mais integradora dos esforços e vicissitudes da implementação dos estudos médico-cirúrgicos e farmacêuticos no Funchal, bem como da dimensão formativa em contexto real que caracterizava as práticas no interior do Hospital de Santa Isabel. Para tal, analisar-se-á criticamente a historiografia madeirense sobre o assunto e procurar-se-á cruzar documentos insuficientemente explorados e outros inéditos. As balizas temporais deste artigo referenciam o primeiro registo encontrado de tentativa de organização formal do ensino da cirurgia e o último registo documental sobre um praticante do hospital antes da criação da Escola Médico-Cirúrgica.
Palavras-chave
Funchal; Hospital da Misericórdia; Escola Médico-Cirúrgica; Medicina; Cirurgia; Farmácia.
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