Os “Retornados” de África – Integração na Madeira (1974-1977)
Resumo
A descolonização portuguesa em África, após o 25 de Abril de 1974, deu origem ao maior êxodo de portugueses de que há memória, e a um dos maiores da Europa, no contexto das migrações de retorno pós-coloniais. Estima-se que Portugal tenha recebido, entre os anos de 1974 e 1976, cerca de meio milhão de pessoas provenientes das ex-colónias, comummente designados como “retornados”. Entre estes, calcula-se que oito mil tenham vindo para a Madeira.
O presente artigo analisa os percursos de vida de um grupo de retornados chegados ao território madeirense, através do relato das suas vivências pessoais, procurando compreender como decorreu o seu processo de integração.
Os resultados indicam que a família foi a principal base de acolhimento dos retornados, que ficaram inicialmente alojados em casa destes. Foi possível apurar também a existência de apoio institucional feito pela autarquia de Machico e do Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN). As principais dificuldades de integração foram sobretudo a nível económico e cultural, superadas através do regresso à vida ativa: trabalho e/ou estudos.
Apesar do drama vivido e das grandes dificuldades experienciadas, a integração dos retornados entrevistados decorreu sem perturbação social, considerando os mesmos estarem plenamente integrados na sociedade madeirense.
Palavras-chave
Migração; Descolonização; Retorno; Acolhimento; Integração.
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