Levadas e Moinhos de Água na Ilha da Madeira como Projetos Históricos de Fins Múltiplos
Resumo
Há seiscentos anos, Portugal tomou posse da Ilha da Madeira, então desabitada e densamente arborizada. Além do corte e queima de florestas, o cultivo da cana de açúcar mudou a Ilha nos primeiros cem anos, devido ao alto consumo de água e energia. Desde o início, os povoadores construíram canais para conduzir água dos córregos e fontes aos campos. Hoje, os históricos canais de irrigação, chamados levadas, são famosos pelos seus percursos ousados por terrenos montanhosos rugosos e pelas suas características de construção. Os trilhos de manutenção ao longo das levadas abrem paisagens para caminhadas e trekking de valor turístico único. Nas secções íngremes das levadas encontram-se restos de moinhos de água que converteram a energia da queda hidráulica em energia mecânica para cortar madeira, moer cereais e esmagar cana-de-açúcar. Foram investigados as levadas e os restos de 21 moinhos de água que eram acionados por rodas de água a jato livre horizontais (rodízio), as antecessoras das modernas turbinas Pelton, com quedas entre 4 e 35 m. No contexto histórico, este estudo está focado nos aspetos hidráulicos, mecânicos, energéticos, operacionais e construtivos das levadas e moinhos, pouco considerados na literatura. Também hoje, os modernos sistemas hidroelétricos e de irrigação da Madeira seguem o mesmo princípio de uma utilização otimizada da água para múltiplos fins.
Palavras-chave
Madeira; História e Tecnologia da Água; Levadas; Irrigação; Moinhos de Água.
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