O Ataque do Submarino Alemão U 156 ao Funchal à Luz das Alterações na Guerra Naval em 1917

Autores

  • Mathias Saecker

Resumo

O artigo analisa o ataque ao Funchal, em dezembro de 1917, no contexto da estratégia do Almirantado alemão que consistia basicamente em derrotar a Inglaterra, bloqueando a sua cadeia de abastecimento (transatlântica), pela guerra submarina irrestrita. No entanto, este conceito fracassou porque, desde meados de 1917, os navios mercantes navegavam frequentemente em comboios, escoltados por vasos de guerra aliados. Assim, os submarinos alemães tiveram dificuldades crescentes em localizar e afundar tonelagem hostil. Nestas circunstâncias, o capitão do U 156, não encontrando alvos no ancoradouro, bombardeou o Funchal. Obviamente, esta decisão resulta duma ação compensatória desencadeada pela pressão social para satifazer as altas expetativas tanto dos superiores e subordinados como do público alemão.
A presença de submarinos alemães no Atlântico Centro-Leste agravou a crise económica na Madeira, deteriorando as precárias condições de vida da população. O próprio ataque revela que as Forças Armadas portuguesas não conseguiram garantir a proteção da Madeira após a retirada da Royal Navy. Não havia forma de gerar recursos orçamentais suficientes para a defesa militar do arquipélago.


Palavras-chave

Guerra Submarina Irrestrita; Objetivos de Guerra; Cruzadores Submarinos; Sistema de Comboio; Defesa Militar da Madeira.

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Publicado

2021-07-01

Edição

Secção

Estudos / Ensaios