A Tempestade Perfeita – A Ilha da Madeira e o Crash da Bolsa de 1929, vistos pela Imprensa Madeirense

Resumo

Este artigo analisa as notícias da Imprensa madeirense – O Jornal, o Diário de Notícias e o Diário da Madeira –, entre 1929 e 1930, sobre o crash da Bolsa de Nova Iorque e as suas consequências para a ilha da Madeira. Estes periódicos, apesar de mostrarem sinais de estarem cientes da crise global, não perceberam completamente a sua magnitude e o impacto que teria na economia local. O texto explora como a crise afetou diferentes setores na ilha e destaca a falta de apoio do Governo Central face às dificuldades da região. A análise também aborda a crise bancária madeirense e a influência de António de Oliveira Salazar, que, enquanto procurava estabilizar as finanças portuguesas, deixou os bancos madeirenses sucumbirem à crise. O texto conclui, com um olhar crítico, que as elites madeirenses, embora informadas, não conseguiram prever e evitar as consequências da tempestade perfeita que se abateu sobre o arquipélago. O estudo revela, igualmente, que a crise expôs vulnerabilidades históricas e impulsionou uma reconfiguração política e social na ilha.

Palavras-Chave: Ilha da Madeira; Economia; Crash da Bolsa (1929); Imprensa Madeirense; Bancos; Indústria; Crise.