A Mortalidade no Arquipélago da Madeira no Século XIX (1826-1875): Contributos e Pistas para o seu Conhecimento
Resumo
A mortalidade no século XIX foi fortemente influenciada por doenças, condições sanitárias precárias e crises alimentares. A cólera, a varíola e a escarlatina figuravam entre as principais causas de morte, atingindo sobretudo as populações mais vulneráveis.
As epidemias de cólera, que assolaram diversas regiões do mundo ao longo do século XIX, foram particularmente devastadoras, atingindo grandes centros urbanos e zonas rurais. Além disso, a fome e a desnutrição, resultantes de falhas nas colheitas e crises económicas, agravaram a mortalidade, enfraquecendo a resistência da população a doenças infeciosas.
O nosso estudo analisa a evolução da mortalidade em três freguesias do arquipélago da Madeira – Machico, Porto Santo e São Martinho – entre 1826 e 1875, com foco nas crises de mortalidade e no impacto da epidemia da cólera em 1856. A análise realizada revela diferenças significativas entre as freguesias analisada, refletindo distintos graus de vulnerabilidade a episódios adversos. A mortalidade na primeira infância mostrou-se particularmente elevada no Porto Santo ao longo de todo o período em estudo, em comparação com as restantes freguesias.
O ano de 1856 concentrou o maior número de óbitos, consequência da epidemia de cólera que assolou o arquipélago. As flutuações na mortalidade desse ano evidenciam padrões de suscetibilidade etária comuns às freguesias analisadas, bem como discrepâncias na evolução temporal do número de óbitos. Estes resultados sugerem a influência de fatores diferenciados, nomeadamente condições sanitárias e socioeconómicas específicas a cada freguesia.
Palavras-chave: Mortalidade; Século XIX; Crises Demográficas; Cólera; Primeira Infância; Arquipélago da Madeira; Freguesia de Machico; Freguesia do Porto Santo; Freguesia de São Martinho.
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